março 31, 2005

Adrenalina Pura (quando a noite chega)






Existe a minha linguagem e a tua expressão
Existe o meu caminhar e a tua direcção
Existe um momento de calma e outro de agitação
Existe um saber estar que me comove o coração

E numa promessa quebrada
Um desejo que se renova
Numa promessa de alvorada
A tua adrenalina que se prova

Existe um mar sereno que já foi agitado
Existe um coração em descanso antes mal amado
Existe a miragem de um sonho sempre vivido
Existe a voz seguida de um gemido

Existe a vontade de apenas te viver
Sem o medo do antes ou depois
Existe vida no teu querer
Num abraço feito a dois

E, por cada segundo sentido
Em cada minuto de partilha
Existe sangue que em mim fervilha
Existiu um olhar adormecido

Adrenalina...

março 28, 2005

Doce...






Quero contigo dançar
Com a minha face colada à tua
Deixar as horas passar
Mostrando minha alma nua

Apetece-me ser assim.
Compor novas melodias.
Amar-te numa noite sem fim,
Descobrindo novas harmonias

Enrolada no teu cheiro suave
Olhar os teus medos loucos
Afagar teus cabelos aos poucos
Quero ser tua sem entrave

Quero e não tenho que dar razão.
Nem sequer entender porque sou feliz.
Inundaste o meu coração,
Com o desejo de ser tua aprendiz.

Delicioso, deliciada e assim,
Cruzo os meus dedos nos teus.
E num suspiro sem fim,
Cruzamos juntos os céus.

março 27, 2005

Alta voltagem






Da janela da minha casa
Passa o comboio devagar
Iluminado por um sol em brasa
Numa cadência ímpar

Sigo atenta, seus movimentos
Esperando a hora certa do dia
Em que meus olhos por momentos
Se encham da sua alegria

Um dia que quero breve
Ele virá à hora marcada
Saltarei para ele e abraçada
Seguiremos a viagem ambicionada

Entrarei no seu interior
Porque ele assim me permite
Descobrindo cada recanto de amor
Num desejo sem limite

E quando a minha viagem
Chegar ao fim
Não o olharei como miragem
Partirei deixando parte de mim

Mas até tudo isso suceder
Peço-te a ti comboio se ouvires
Nunca desistas de acontecer
Todos os dias sem partires

março 26, 2005

Fantochada






Nada dura para sempre
Nem o sofrimento nem a alegria
Nem tão pouco essa mania
Que a espera é permanente

Amar implica cuidado
Gostar envolve carinho
Caminho num simples viver
Com destino que se está a fazer

A porta abriu e fechou
A imagem encolheu e esticou
A vida quase que parou
E entretanto ninguém se amou

Gosto sim, adoro gostar
Desejo sim, adoro desejar
Eu gosto, tu contas, idealizas
Afinal és tu que contabilizas

Aiii que perfeição!!!
É tudo tão bom no teu mundo
Chega a fazer-me confusão
Alguma vez foste verdadeiro, ser profundo?

Grande estrondo, eu sabia
A queda de um anjo, meu Orson Welles…
E teu mundo é redondo?
Não, bem me parecia…

Eu não contabilizo, sinto
Eu dedico-me, não uso
Sim até gosto do feio, não minto
Sim eu estou em desuso

março 24, 2005

Sonho meu / Realidade nossa






Apeteceu-me sonhar contigo
Apeteceu-me ouvir a tua voz juntinho
Apeteceu-me voltar ao nosso abrigo
Apeteceu-me olhar para ti devagarinho

Enrolei-me num sonho de chocolate
E no cheiro do nosso incenso
Descobrimos a nossa verdade
Num fazer lento e intenso

Nos lençóis feitos de framboesa
Respiramos em cadência
Bebemos da mesma sede e inocência
Sentimos a mesma natureza

Num desejo que se queria
Abrimos caminhos já conhecidos
Chegamos ao céu em harmonia
Olhando o horizonte dos sentidos

Gosto-te assim em plena ternura
Num sonho de amor e desejo
Mas se sentir demais vejo
A tua alma sem armadura

E estico-me toco nos lençóis
Sentido o calor de imensos sois
E do sonho não quero acordar
É bom demais para despertar

Abro os olhos
Estás a olhar
Afinal não estava a sonhar
Adoro-te…

março 23, 2005

Metade de mim...


Porto, pintado por Romanelli

Os deuses quando nos talharam
Na sua infinita sabedoria
Esconderam numa melodia
O segredo daqueles que se amaram

E depois não estando satisfeitos
Escreveram no livro do destino
À sua maneira especial sem efeitos
A história da vida de um menino

Mil e umas sensações escondemos
Por medo de estarmos enganados
Pensando já conhecer, fizemos
Os mesmos erros dos consagrados

No nosso eterno convencimento
Mais tu do que eu talvez
Pensamos no adiamento
E que esta não seria a nossa vez

Assim o tempo marcou nossos rostos
Vivemos como soubemos sem temores
Saboreamos alegrias e vivemos desgostos
Incompletos na ilusão dos amores

Sinto com tanta certeza
Que tu te encontras naquela terra
E no meio de tanta estranheza
È nela que quero envelhecer

Eu sei que não te conheço
Mas perto de ti quero estar
Se os deuses acharem que eu te mereço
Para o resto da minha vou-te amar

março 22, 2005

O eterno retorno da solidão..






Apresento a minha defesa com postura
Cometi um crime de enorme loucura
Assumindo o meu plano de vida e sem candura
Fui até ao teu tribunal

Arrastei os demais ao inferno do ser
Devastando aqueles que nem sequer
Se dão ao trabalho de aparecer
Enormidades de gravatas

Fulanos despidos
Mulheres sem sentidos
Crianças atormentadas
No meio de discussões sempre fundamentadas

Casamentos com adiamento
Cheios de hipocrisias e outros constrangimentos
Relacionamentos por conveniência sem sentimento
Bolas para o politicamente correcto!!!

Estou cansada de ser usada
Cansada de ser recusada
E mais que tudo de ser tratada
Como situação que pode ser sempre adiada

Assumo a culpa de querer mais
De lutar todos os dias pelo melhor
De me querer diferente entre os iguais
De usar até me cansar a palavra AMOR

A boca sabe-me a sangue e a alma não tem mais remédio, sou uma mulher que acima de tudo se gosta. Não quero mais teorias, filosofias, trocadilhos ou afins quero a minha vida de volta...Já !!! (a todos que sofrem, acreditem no futuro)

março 21, 2005

É o amor (dedico este poema a ele…)





Vou-me chegar a ti e colados
Faremos nossas malas de couro
Redobrando nossos cuidados, enrolados
Num beijo feito de ouro

Vou-me chegar ao teu coração
E com a vontade de ser tua
Tecer um sonho cheio de imaginação
Bordado de risos e fios de lua

Nada neste mundo existe
Que mais me faça feliz
Que saber de ti estranho juiz
Alma de quem nunca desiste

E chegados um ao outro
Numa dança de amor e ternura
Faremos um sonho do nosso encontro
Transformando a vida em loucura

Porque em ti me acredito
E tu em mim te transcendes
Eu na realidade que existo
Tu no sonho a que me prendes

E sendo assim meu amor
Reconheço a minha simplicidade
De desejar o teu calor
E nele encontrar a minha felicidade

março 20, 2005

Carente...






Foi na fraqueza do corpo
Que entendi o quanto a alma
Se perdeu sem a falta do conforto
Das tuas palavras e tua calma

Foi estando doente
Que vi sem entender nem razão
Que este estado aparente
Era apenas dor de não estar no teu coração

Estou doente e sinto a tua falta
Considero tudo sem olhar
Sinto a solidão me aconchegar
No vazio do meu estar

Fui sorridente enquanto consegui
Mas os dias passam depressa demais
Estive presente entre os demais
E mesmo afastada nunca desisti

Não estou a desistir de ser
Apenas te estou a informar
Que noutro lugar me irei encontrar
E nesse repousar outro amar…

Beijos…

março 17, 2005

Sucesso..


Escultura de Igor Mitoral


Seria eu moderna se usasse PDA?
Seria eu de sucesso se guiasse Mercedes?
A sorte já não mora cá
Eu sou antiquada até nas paredes

Se pintasse meu cabelos às cores
Colocando unhas postiças
Esquecendo os meus amores
Ouvindo-me no som das dobradiças

Se consumisse sem parar
Esgotando o limite do cartão
E depois sem respirar
Fizesse penitência em oração

Antiquada q.b.
Tudo no equilíbrio perfeito
Entre o escondido e o que se vê
No momento em que aceito

Será defeito meu gostar
Do cortejar à moda antiga
Do passeio à beira mar
Ao som da nossa cantiga

Críticos, comentadores e oradores
Pessoas sem obra feita
Deixem de ser tão senhores
E passem pela porta estreita

Tolerância equilibra-me
Amor tempera-me
Sinceridade desconcerta-me
Coragem deixa-me no céu

Sou antiquada, azar
Teu claro, nunca meu….

março 16, 2005

À volta de uma melodia






Imagina que estás sentado
Imagina-me sentada a teu lado
Na sala que é rectangular
Tens as janelas com os estores para cima
Vês a tua terra e a as luzes da noite
Ficas no centro de olhos fechados

Braços abertos
A música parece que te abraça
Ao mesmo tempo empurra te para fora de ti

E tu sentes o coração acelerar
Dás o salto
Tremes e não desligas a musica

O teu cérebro está a mil
Memórias de um passado
Coisas doridas

Estás a nascer
Sentes o calor do colo da tua mãe
Ouves a sua voz meiga e doce

Estás a correr pelo recreio
Vês jogos de bola
Caneladas e joelhos feridos
Amores de infância
Recordações reconfortantes

Entras no teu carro
E tens 18 anos novamente
As miúdas
Aiii as miúdas
Tantas sem conta!!!!

Estás a rodopiar
Dentro do teu cérebro
O teu cérebro pede para parar
O teu coração pede mais

E a música enrola te
Lançando te para uma cama
Cheira a lavado
Cheira a flores campestres

Alguém chora a um canto
Alguém é acarinhado num canto
Es tu
Vês-te triste
De fora começas a sorrir

O cérebro não para
E tu pensas
Pensas que não aguentas

Estou sentada
Dou te a mão
Abres os olhos
Estás a sorrir
Dizes me
- Não sabia que era assim!!!!
E és,
Lindo!!!!!

março 15, 2005

Cool me







A ti vida me entrego
Entrego-me porque te amo
Quero-te comigo e não renego
A vontade de te viver em pleno

A ti vida me dou
Todos os dias um pouco melhor
A cada momento vivido com dor
A cada momento que se abandonou

A ti vida me confesso
Quero que me invadas de alegria
Porque só assim poderei manter aceso
Todo o lume que mantém a harmonia

A ti vida te quero
Comprometendo-me a ser mensagem
Sem promessas nem miragem
Apenas mulher sem desespero

Tive alturas que me achei perdida
Enrolada em mim mesma
Desesperada por não ser querida
Apenas não me via

Agora que sei o que sou
E me vejo completa
Vejo que quem não me amou
Poderia ter uma vida completa

A ti vida me dou
Por mim e por todos
Que me fazem e farão feliz
E a quem a vida encho de luz

Hoje estou por mim…
(afinal não perdi, ganhei-me!!!!)

março 13, 2005

Obrigada...





Longe deste mundo que é meu
Existe um mundo que foi nosso
Espelho de um amor talhado no céu
Hoje enterrado num calabouço

Longe deste mundo que é meu
Existimos nós os dois por amor
Uma união divina feita de calor
Momento onde tudo se perdeu

Longe deste mundo que é meu
Existe o teu sorriso e a tua beleza
Existe um simples estar de realeza
Um amor que para sempre morreu

Longe deste mundo que é meu
Existe quase tudo o que amo
Existes tu que te queres distante
Existo eu que morro sem ti

Et-e-amo…..

março 12, 2005

Feliz aos poucos




Anjo coloca-me nos teus braços
Leva para longe a mágoa e a dor
Quero ficar no teu calor
Sossegada num mar de abraços

Nada muda mesmo nada…
Nem o sol muda por estar frio
Nem a chuva que me deixa molhada
Nem tu que me deixas no vazio

Pleno seria entenderes
Que a vida e o sofrimento
Fazem parte dos afazeres
Que me fazem assim, com sentimento

Por ser e pensar assim
Já sofri muito por ti e por mim
Não sabes o valor da recusa, do não
Não sabes o que é esmagarem o teu coração

Podes sempre manobrar o tempo
Caminharei sempre a ti mim
E mesmo sem alento
Arrisco neste caminho sem fim…

Quero o meu anjo…

(esta canção cantava ao meu filho para adormecer, é um sonho...)

março 10, 2005

No teu palácio





Nunca sairás de dentro mim
Nunca me esquecerei de ti
Do sorriso ao respirar no fim
Do porque não e porque sim

Da razão à plena loucura
Do equilíbrio ao total desalinho
Do desejo até à tremura
No aninhar no teu cantinho

Do parar ao correr
Do dia de chuva cheio de calor
De querer mais ao te ver
Do teu café meu amor

Do cigarro partilhado à janela
Da mulher que nos perguntou irmãos
Dos lençóis em vez de cetim, flanela
Dos passeios colados pelas mãos

Pelas linhas do eléctrico sem eléctrico
Pela loja que estava sempre fechada
Pelo rio que chorava a sua amada
Pelas pessoas no seu viver frenético

Nunca sairás de mim pela confiança
Pelo grito de vida que me deste
Por me teres dado tanto esperança
Por tudo o que por mim fizeste

Pela experiência de ver mais além
Pela sensatez e serenidade
Por me fazeres acreditar na verdade
Por ser hoje por mim e mais ninguém

Já tive alturas na minha vida
Que dava tudo para te ter de volta
Hoje relembro apenas comovida
A sorte de te ter conhecido, já sem revolta


Sinto tantas saudades do futuro.
Fazes-me falta amigo….

março 09, 2005

SickAndTired





Cheio de falsidade
Falta de coragem e coisas afim
Cultivas as tuas amizades
Na colheita do sim

Luto e lutarei por mim
Sofro e grito por atestar
Que sou apenas um fim
Começo-me a odiar

Jogos joguetes de palavras
Sorrisos e tiques de marionetas
Invenções e questões parvas
Putas, chulos e proxenetas

E por cada emoção passada
O punhal é enterrado bem fundo
De alma sem contornos, amassada
O golpe está cada vez mais profundo

Passo de brisa a ar quente
Sempre preferi ser assim
Aquecer corpos de gente
Que me aceita e goste de mim

Queres algo fresco?
Que tal gelo….

março 07, 2005

Sem pinga de calor a carne - "O protegido"




As frias noites que passo
Nelas me deito acabado
Enterro-me nos lençóis
Acordo sem ti a meu lado

Uma por cada dia
De enternidade em fragmentos
Contínua melodia
Fermento dos meus tormentos

Nem vem sono nem vem nada
Pensamentos amaldiçoados
Retiram-me das planícies
Nem há verde nem há prados

O escuro refresca-me a boca
Com sabores de outrora
Fosse sana ou mesmo louca
Não vinha uma de fora

Um acordar por reforço
Precipita o meu esgar
Vejo o dia um alvoroço
Para à noite aqui voltar

Convite





A ti te digo
Tens a porta aberta
Livrei-me de tudo antigo
Encontro-me desperta

A ti te conto
Uma história ainda não vivida
Na esperança do encontro
Com tardia despedida

A ti te quero
Descobrir e iniciar
No meu simples desespero
Sem vontade de me segurar

A ti te cheiro
Canela doce como mel
Dedicada de corpo inteiro
Sem medos, receios ou fel

O teu passado pouco importa
O teu presente ainda menos
Quero te a ti somente à minha porta
Acho que ambos o merecemos

Beijo-te a face
Sinto a tua vida
Quero que ela me trespasse
Ao teu lado comovida

março 06, 2005

Aisha

Donna Murty Tood



Pedaços despedaçados
Momentos em cristais sem história
Recordações sem brilho nem memória
Lugares jamais recordados

Antes agora e depois
Viver sem segurança ou amparo
Vivendo mergulhando a dois
Apurando visões e faro

Neste meu sonho sem partilha
Resta-me apenas o olhar
Ouvindo o meu coração respirar
Aguardando-te na minha ilha

Não sou nem nunca serei
Objecto de desejo, uso rápido
Não personifico a beleza, lado prático
Ama-me e então lá chegarei

Não que me importe mais com isso
Ou seja com o que for que desejes
Não me fiz para destino submisso
Por muito que te queira em uníssono

Mas sei que tens pressa de viver
Queres corpo e alma
Impossível de fazer sem calma
Confesso-te ter estado disposta a fazer

Agora acabou, morri por um sim
E não volto mais ao passado
Espero que te sintas amado
Garantido apenas que tu vais,
Sentir a minha falta
Tu não me amas mas necessitas de mim
Nunca amaste…

Breaking the Habit


Church, San Lazaro, Phychiatric Hospital - Hiroshi Watanase

Denominador comum
Que vagueias na folha
Marcando cada um
Não nos deixando com escolha

Aquele que procuramos
Por acharmos o perfeito
Mas nos deixa sem jeito
Sempre que o reencontramos

Partindo ao meio o ser
Recolhendo emoções
De tanta crueldade fazer
Abre os nossos corações

Rezo agora pois nada mais tenho
A vontade de te rever
E a cada esquina perder
O desejo que hoje contenho

Que me tapes a boca
Que me leves ao céu
Que me deixes como louca
Neste corpo que foi teu

De segurado a segurador
Reconheço-me o direito
De te dizer vai embora, dor
Que quero outro denominador ao peito !!!

março 05, 2005

Suave querer sem tocar





Lamentável a recorrência às palavras
Palavras que morrem na boca
Bocas que tocam na mente
Mente que pensa para andar
Andar para nunca mais se sentir parado

Parado de pés colados
Amado de olhos dormentes
Com seus pensamentos dementes

Eu não
Tu sim
Ele anda
Nós queremos
Aiiiii que bom

E fica
Tu ficas
Eu fico
O som
A imagem
Vibração
Cordas de viola
Cordas
Também

Queria sem querer
Desejo sem te ver
Toque sem pele
Mente sem visão

Sentir sem corpo
Corpo sem mãos
Olhos sem calor
Cérebro a arder

Anda
Toca
Pára
Escuta – te
Escuta – me
Dá –te

Medo não
Medo atrofia
Medo não consegue florescer
Eis que chegas
Suave e eterno querer sem tocar

Importas-me






Necessário recriar
Urgente decidir
Imediato amar
Imperativo repetir

Necessito recomeçar
Nas raízes do meu ser
Em cada segundo recriar
A vontade de te querer

Urgente decidir
O momento de entrar
Pela porta e sorrir
E na tua mão segurar

Imediato amar
Ontem, hoje o tempo é relativo
Num desejo de caminhar
Num gemido aflitivo

Imperativo repetir
Porque assim deve ser feito
Deixando sempre surgir
Um sorriso perfeito

março 04, 2005

Vamos para casa...




Estiquei os braços no abismo
E no limiar do sentir
Absorvi o egoísmo
De quem vive a mentir

Estiquei os braços no abismo, sorri
Uma sensação de calor
Estava acompanhada por ti
Estás sem temor

Estiquei e cruzei os braços
Gostei da sensação
Um abraço junto ao coração
Numa ternura cheia fim

Levei as mãos abertas e tapei a face
Senti o cheiro quente do teu perfume
Inclinei-me ao sabor do vento esperando o enlace
Aquecendo em lume

Senti o cheiro do meu cabelo
Pêssego doce e fresco
Senti o teu corpo a fazê-lo
Ouvindo a tua voz de refresco

Estiquei
Senti
Absorvi
Gostei

Já perdi tempo demais com o passado
Vamos para casa…

Sem palavras...




São salgadas juro
Andava a enganar as entranhas
Mas já não me seguro
Sempre que vejo que me enganas

São quentes tenho a certeza
Pois sempre que respiro fundo
E vejo como está o meu mundo
Sinto em mim uma fraqueza

São tantas mesmo não querendo
Obedientes a si mesmas
Escorrem por mim prometendo
Abrir caminho até as profundezas

São o que são
Tomam conta de mim
Transbordam do coração
Deixando uma tristeza sem fim

Não as quero
Nem aceito
Ao senti-las desespero
Abrindo seu caminho direito

E esperando que elas parem
E esperando não as sentir mais
Pego neste meu defeito
Recolhendo-me em meu leito

Quero um pouco de paz...

março 01, 2005

Cansei-me




Cultivo sim este jeito de ser
Confesso não conseguir ser diferente
Por mais que me esforce em fazer
Um novo dia sempre indiferente

E elas correm sem eu querer
Fazem comigo brincadeiras
Soltam-se a correr
Quebrando em mim barreiras

Quero consumir sem parar
Esta culpa que me consome
E me coloca a esperar
O impossível que já dorme

Culpa idiota, já expiada em demasia
Culpa criada e não existente
Culpa que me consumiu anos de alegria
Culpa que me impediu de ser gente

Já tenho as mãos frias
Corpo dorido
Estou de coração ferido
As veias sem sangue, vazias

Cansei-me de subir
Cansei-me de cair
Cansei-me de existir
Cansei-me de substituir

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