novembro 30, 2005

Si tú no estás aqui







Não fujas deste céu
Não fujas mais de mim
Não fujas porque só assim
O que tenho poderá ser teu

Não fujas dum momento
Por muito breve que ele seja
Não temas sentir o contentamento
De te unires a mim

Não fujas de sentires tudo
Mesmo que tenhas medo
A vida é mesmo assim
Um sol a brilhar sobre um rochedo

Não fujas, segura-me antes,
Dança envolve-me sem temor
Numa melodia de amantes
Sentindo um reconfortante calor

Aconteça o que acontecer
Suceda ou seja apenas miragem
Em mim continuarás a viver
Em ti serei exemplo de coragem

Sabes bem meu amor,
No dia que tiveres de ir
Não sou eu que te irei prender
Beijo-te

novembro 29, 2005

A fuego lento tu mirada...








Como explico a minha paixão eterna
Que me leva a percorrer os caminhos do infortúnio
Como explico a minha natureza selvagem
Que me leva a sentir a tristeza de mais uma miragem

Como explico este eterno recomeço
Este compromisso feito comigo
Que me deixa tantas vezes sozinha
Em dias de temporal sem abrigo

Como explico que dentro de mim
Existe uma força maior que o universo
Que me faz acreditar no amor
E numa vida plena e serena

Como explico o meu amor pelo próximo
Que me faz ter fé e esperança na vida
Espalhando aos quatro cantos da terra
Que só no amor existe uma saída

Esta música sou eu, agradeço a Deus que me deu tanto e me faz a cada nuvem ver o Sol que nela se esconde.

Vivo-me





Tenho dentro de mim
Uma eterna vontade de ser feliz
Numa paragem qualquer
Num momento esquecido

Numa memoria que vive
Num futuro com vontade de ser mais
Percorro a vontade que sobrevive
Que me faz brilhar entre os demais

Tenho vontade de ser feliz
Tenho-a dentro de mim
Canto-a bem alto
O medo que sinto faz-me crescer

Luto, lutarei a cada momento
Luto porque assim me sinto viver
Luto e nunca deixarei de ser
A mulher que gosto de ver ao espelho

Quem me apanhar neste esvoaçar
Quem me sentir neste viver meio louco
Saberá que eu sei amar
E que nada farei por pouco

novembro 24, 2005

Excepção


Foto by Js Monzani





Abre os meus olhos
Abre os meus braços
Alivia as minhas dores
Alivia os meus cansaços

Faz-me esquecer
Apenas num abraço
Faz-me tremer,
No teu simples laço

Faz de mim tua.
Numa cama qualquer
Numa praia ou rua
Faz de mim mulher (a tua)

Recolhe-me deixando tudo estar
No silêncio sem nada dizer
Recolhe-me à luz do luar
Faz o que tu sabes melhor fazer

E por fim,
Faz de mim ser humano
Que sofre na solidão de um carinho
Eu não gosto deste cantinho
Procuro a excepção

Alguém sem ninguém


Foto by Jarocki Bogdan





Um qualquer crucificado,
sem destino ou alento.
Um medo injustificado,
que nos conduz ao tormento.

Uma palavra caída em vazio,
numa casa qualquer desabitada.
Vidas suspensas vividas ao frio,
alguém que chora de camisa rasgada.

Alguém que pede sem temer
Alguém que deseja e dá
Alguém exposto ao frio a tremer
Alguém que um dia morrerá

Alguém tem medo
Alguém arrisca
Alguém sofre de solidão
Alguém sente o sangrar do coração

Amparando-se
Amando-se no escuro
Ouvindo-se no silêncio
Alguém, ninguém mas sempre caminhando…

novembro 21, 2005

Pedaços n.3







Chovia demais naquele dia, andavam tal qual esquimós dentro de casa por causa do frio. Depois dum longo almoço Ana Paula recebeu um convite que aceitou prontamente. Era impossível recusar fosse o que fosse a um sorriso tão lindo. Tiraram as roupas e enfiaram-se debaixo dos cobertores. Ana Paula tinha acordado cedo naquele dia, sentia uma paz enorme dentro de si. Momentos teve que evitou pensar no que estava a sentir, momentos tinha que achava que o sonho podia acabar assim, sem mais nem menos. Meio embalada sentia as mãos dele percorrem-lhe as costas sentindo-se cada vez mais descontraída. No rádio ligado tocava baixinho uma música qualquer. Abriu os olhos e viu que ele estava a olhar para ela. Estavam encaixados tal qual peças de puzzle, de tal modo juntos que pareciam ter nascido assim. Ele fez-lhe prometer que ia tomar conta dela, enquanto não tivesse por perto. Dizendo-lhe que a distancia física não a podia agitar porque ele estaria sempre dentro do seu coração, tal como ela estava no dele. Mimou-a tanto que Ana Paula deu-lhe um abraço forte, tinha vontade que ele se fundisse com o seu corpo de modo a nunca mais o ter de ver partir. Por fim adormeceu, acordando com um beijo suave nos lábios. Tinha vontade de fazer amor com ele, tanta era a ternura que sentia. O telemóvel tocou, Ana saltou da cama, era sua mãe a saber se ela estava viva. Engraçado as perguntas que certas pessoas fazem, respondeu que sim, quando desligou o telemóvel saltou para a cama. Perguntou-lhe em que pensava ele respondeu que a amava. Cerrou os olhos com tanta força não queria rebentar de emoção. Ela também o amava muito, finalmente tinha voltado a amar. Depois de uma longa caminhada sentiu que tinha encontrado o que desejava. Não existia situação ideal, nem homem, nem tão pouco mulher, apenas dois seres que se queriam bem e se acarinhavam muito sem nada forçar. Num amor livre que sabe estar, prometeu a si mesma sentir cada momento, estimar e cuidar daquele homem que tanto lhe tinha dado em tão pouco tempo. Prometeu a si mesma continuar no caminho da luz e da melhoria de si mesma, ela merecia, ele merecia, todos que a queriam bem mereciam….

novembro 19, 2005

Pedaços n.2






Todos gritavam, o barulho estava insuportável. Ana Paula pensa porque razão continuava a aceder a estas convocatórias familiares. Estava bem disposta quando chegou ao restaurante. A sua família já estava a jantar quando tinha chegado, tendo pedido a sua comida na cozinha. As pessoas até que pareciam estar felizes, comiam com satisfação, rindo com as brincadeiras dos mais pequenos. Mas nas suas faces as mágoas estavam desenhadas em traços que apenas se conseguiam ver em situações muito particulares. E eles comiam, comiam, comiam. Depois de jantar pediu um café, o empregado já sabia como ela gostava de o beber: “Bem quente em chávena escaldada, não é menina? ”. Aqueceu as mãos na chávena, estavam geladas. O barulho parecia cada vez mais distante, até que foi desperta por uma observação: “Ana Paula não perdes de maneira nenhuma esses tiques masculinos, não vez que isso fica mal a uma senhora?”. Ouviu e só conseguiu sorrir, naquele dia tinha prometido a si mesma que não se iria aborrecer, as criticas eram constantes, no fundo ela sabia que não a criticavam por mal. Seria possível que ninguém tivesse olhos para verem quantas coisas de errado fazem? Meteu conversa com um dos miúdos que estava ao seu lado, tinha uma cara triste, após alguns minutos de conversa ambos riam. E eles gritavam, gritavam, gritavam. Ana Paula deu por si a olhar para o relógio, não queria se sentir culpada, mas não se sentia bem no meio deles e eles eram parte dela. Ela sabia que alguém esperava por ela, sabia também que eles que hoje gritavam, noutras alturas já a tinham deixado sozinha. Sabia que na vida as pessoas quando têm que escolher não pensam no seu próximo, pensam apenas que não querem ficar sós. A meio de uma conversa qualquer Ana Paula disse que tinha pressa de ir, estava atrasada para ir fazer qualquer coisa…Todos ficaram chateados, ela tinha sempre algo que fazer, tinha sempre alguém mais importante que eles. Eles não entendiam o que ela já tinha passado e que em muitas noites de conforto, cada um nas suas casas, Ana Paula batia-se com o medo da solidão e da loucura. Mas isso já tinha passado, agora eles que esperassem, porque ela não iria esperar por mais ninguém…

novembro 18, 2005

Pedaços n.1







Hoje o frio tinha chegado novamente, não aquele frio que obrigava a vestir roupas mais quentes, mas sim o frio que gelava a alma. Ana Paula não se sentia bem. Dizem quando a alma está meio abandonada o corpo sente, talvez fosse o que estava a acontecer. Os olhos estavam pesados e tinha dores no corpo. Fugia das pessoas aos poucos e à medida que o dia avançava sentia uma enorme tristeza a tomar conta de si. Quando saiu do trabalho ao entrar no carro tentou respirar fundo. Não conseguiu uma dor enorme tirou-lhe a respiração e a força nos músculos das pernas. Não se assustou, brincou consigo mesma pensando que engraçado seria ficar doente sem ninguém para tomar conta dela. Tentou pensar em coisas agradáveis desviando o seu pensamento das dores, técnica que já utilizava há muitos anos. Já era noite ainda tinha jantar para fazer e o seu herdeiro esperava por ela à porta da escola de música. Sentada no carro colocou as mãos sobre o volante e pensou: “Força mulher, não vale a pena parar agora”. Colocou o cinto de segurança ainda meio dorida, ligou o carro, pisca e a lá foi ela. O vento estava frio o trânsito insuportável ao ligar o rádio, ouviu uma música lindíssima, fazia tempo que não a escutava. Quando deu por si as lágrimas escorriam-lhe pelas faces e ela não as conseguia fazer parar. Pensou que não poderia ter maior alegria do que encontrar uma pessoa à sua espera em casa, com o seu sorriso lindo. As dores aumentavam e ela cantava a música que tocava no rádio ainda mais alto em desafio, sabia que ninguém estaria à sua espera em casa. No entanto alguém esperava por ela noutro local, o seu herdeiro. Chegaram a casa e depois do jantar Ana Paula sentou-se no sofá, agarrada ao seu menino. Adormeceram os dois, Ana acordou já era uma da manha levou o seu menino para a cama. No terraço fumou um cigarro pensando porque razão tinha de ser assim, tão emotiva. Estava exausta sentia-se sozinha, ele fazia-lhe falta…

novembro 17, 2005

Tudo passa...





Eu pertenço
Ao meu contentamento diário
Ao desejo de ser feliz
À loucura do momento

Eu tenho o direito,
De gritar pelo que quero.
De deixar tudo sem efeito,
Recomeçando tudo do zero

Eu posso,
Dizer o que não gosto
Fazer o que me apetecer
Mesmo que outros eu faça estremecer

Não farei ninguém sofrer
Mas eu a mim prometi
Da minha face lágrimas jamais irão correr
Não repito o que já me arrependi

Nesta consciência que o tempo urge
Assumo a necessidade evolutiva
Estagnação consome a minha existência
Urgente amar, partilhar e estar !!!

novembro 11, 2005

Almost...Suavissimo..


Foto by Jan Bengtsson





Podes me contar muitas histórias
Podes me dizer que a vida dá voltas
Até me podes enterrar nas tuas memórias
Mas eu abro todas as portas

Posso dizer que era assim
Não podia ser doutra forma
Mas sei que quando digo sim
Por dentro ouço a tua norma

Suave é o que sinto
No toque das nossas almas
Ternura é o que pressinto
Em noites que nunca foram calmas

Aconteça o que acontecer
Veja eu ou apenas sinta
Que em mim te consigas perder
Que eu a ti nunca te minta

novembro 08, 2005

No Exercício da Vida







Exercício de loucura
Saltar para o abismo
Exercício de doçura
Deitar fora o comodismo

Exercício de esquecimento
Lembrar de mim todos os dias
Exercício de arrependimento
Fazer aquilo que tu não farias

Exercício por querer
Sempre que me apetecer
Exercício por amor
Não desperdiçar o teu calor

Exercício de limpeza
Sujar tudo em volta
Exercício de resistência
Não ser consumida pela revolta

Exercício de encaixe
Entender as minhas pressas
Exercício de calma
Não ser eu mesma…

Fui…

novembro 07, 2005

Não sabes...


Foto by Jan Bengtsson





Recolho-me em harmonia
Numa batida mais que sentida
Sem argumento mas em sintonia
Na procura duma alma perdida

Recolho-me num cheiro esquecido
Imagens dum momento dormente
Vasculhando num presente vendido
Um amor que não está presente

Recolho-me porque tenho frio
Porque não me apetece a realidade
Sem me esconder vejo-me no rio
Espelho da minha ansiedade

Recolho-me nos sons da paixão
Onde me sinto viva por instantes
Vejo-te com o coração
Sinto que sempre fomos amantes

Recolho-me e sem fugir
Confesso já pouco desejar
Prometendo apenas conseguir
Entregar-me a quem estou a amar…

Nota:(O Botão da musica fugiu ;)
Carregar na cruz, sff )

novembro 02, 2005

Abraça-me







Sabes que já nada me dói?
Sabes que já não choro de noite?
Sabes o que na minha cabeça se constrói?
Sabes que já não sinto “aquele” açoite?

Sabes que sinto ganas de castigar,
aqueles que te fizeram chorar?
Sabes que tenho vontade de te proteger,
daqueles que te fazem sofrer?

Sabes que quando te abraço,
abraço todas as crianças perdidas?
Sabes que quando repousas no meu regaço,
todas as minhas magoas ficam esquecidas?

Sabes quantas lágrimas chorei,
na esperança de conter a minha raiva?
Quantos caminhos eu cortei,
na esperança de te encontrar?

Eu faço um exercício,
na tentativa de entender.
Que esta distância é um sacrifício
Que tenho de passar para te ter

Não que me sinta sozinha
Estás sempre no meu coração
Mas sempre que a crueldade se avizinha,
a raiva dispara tal qual um clarão !!!

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