abril 30, 2005

Anj[u] de Cabelo Ondulado Negro





Estamos vivos
Ao som da viola
Dançamos numa noite fria de Dezembro
O rio parecia um espelho
O brilho da lua era forte

E assim vi-te chegar
Cabelo negro ondulado
Andar cansado
E os mais lindo olhos
Castanho escuros

A minha voz tremeu
A tua voz tremia mais que a minha
Tinha calor e frio
As pernas tremiam
Estava feliz

Estava um luar de sonho
O cenário era um cemitério
Quando te abracei, juro
Que me senti abraçar o mundo inteiro
Quanto te abracei, não queria acabar!!!!

Fizemos a viagem
Cheia de encontros
Cheia de silêncios
Reencontros no nosso coração
Encontros de olhar,
Cheios de vontade....

Vimos as luzes da auto-estrada
Pareciam passar por nós a correr
Tinha pressa, tinhas pressa
No silêncio ouvia:
- Corre mulher!!!

Partilhamos tudo
Cama, mesa, sofá
Dedilhamos tudo
Fumamos cigarros no terraço
Bebemos cacau na cozinha

Ensaboamos os corpos doridos
Suados e marcados
De tanto querer
Cheios de uma vontade
Que só seria satisfeita se nos fundíssemos
E na eternidade assim ficássemos
Unidos!!!

Ouvimos Carlos Paredes
Choramos de tanto gostar
Vibramos por sentir
Que a vida era bela

E o sol nasceu
E eu chorei porque tinha
Tive de partir

Aprendi que no amor
No amar
No querer
E até ao desejar
Tinha de ser eu
Tinhas de ser tu

Por isso uma história de amor
É linda
Mesmo que temperada com dor

Ao verdadeiro "Et-e-amo" um abraço de saudade...

abril 26, 2005

Akbaralli






Perguntei ao desejo onde estava o sentido
Perguntei ao querer onde estava o ser
Perguntei por ti, meu amor perdido
Perguntei aos ventos que andas a fazer…

Voltei-me para o sol procurando por calor
Sentindo a sua luz me afagar a pele
Voltei-me para ti meu amor
Sentindo a tua serenidade de sofredor

Abri os braços a ti
Porque mais nada havia a fazer
O teu amor eu senti
Reencontro-me no teu prazer

Não tive que sair de mim
Nem tive que procurar em caminhos incertos
Apenas me retive e vi
Que na vida apenas coleccionamos objectos

Agradeço por tudo o que tenho
Agradeço as alegrias de cada dia
E com as lágrimas não padeço
Porque eu me reencontrei
Estou em harmonia...

abril 22, 2005

Malena






Malena de olhos tristes
Mulher sem rosto e padecida
Envolta numa dor sem limites
Sempre recordada, sempre esquecida

Malena por tanto amar
Um dia se esqueceu
De viver e desejar
Procurar um caminho só seu

Malena duma simplicidade sem fim
Viajou sem destino no mundo
Fez feliz muita gente e assim
Procurou-se nas águas dum lago profundo

Malena que tanto queria a felicidade
Confundiu-se nas sombras da noite
Malena que tanto aspirava a serenidade
Perdeu….ou não?

Malena tão linda que era
Malena mulher sem destino
Reencontra a paz nos braços do Criador
Onde hoje sente o verdadeiro amor…

abril 20, 2005

Complementos






Impossível mas real
Ser criança ser mulher
Impossível e deixar ser
Inocência e desejo

Misterioso e sem truques
Malabarismos e tudo ás claras
Pedaço de madeira sem aparas
Magia com ou sem luzes

Doce e salgado
Quente e frio
Seco e molhado
Seguro e preso por um fio

Difícil de entender
Claro que nem água
Alucinante conhecer
Delírio ao descobrir

Inocente e pecaminoso
Alma livre em corpo solto
Mar calmo e revolto
Caminho sereno sinuoso

E depois?
Depois nada, fico assim só me apetece rir….
Ai vida!

abril 18, 2005

Escalas e Actos...






É simples
Usa e abusa
Passamos dos dez para os vintes
E dos vintes para o nada
A escala rebenta….

Não é complicado
Ouve e volta a ouvir
Altos e baixos
Agudos e graves
E a escala não termina…

Aii não armes confusão!!!
Pretas e brancas
Piano cheio de tons
Acima e abaixo
Toca, a escala continua…

Que som
Que voz
De uma sensualidade, nem dá para explicar.
Ouve-te…

Doce cadência
Sem mistérios nem artefactos
Simples nada complicado só inocência
Compõem-me na tua peça
Quero estar na tua partitura no meio dos teus actos…

abril 17, 2005

Darling






Tenho vontade de dizer tanta coisa
Tenho vontade de entender tanta coisa
Estou em êxtase, quase petrificada
Com o que sucedeu

Cada vez melhor
Cada vez maior
Cada vez mais ternura
Cada vez mais loucura

Colo-me ao teu desejo
Colo-me ao teu querer
E enrolo-me e revejo-me
No teu puro e simples prazer

Ondas do mesmo mar
Ventos do mesmo céu
Em ti posso-me amar
Comigo terás o que é teu

More and more...

abril 15, 2005

Equilibrio






Tens um sorriso atrevido
Olhar fixo que me estremece
Mas sinto-te contido
Numa existência que não acontece

És inquieto e inquietas-me
As tuas mãos percorrem a vida
À velocidade de uma corrida
Querendo sempre mais e mais

Olho para ti e sinto energia a fluir
Com vida própria de quem sente
O som da tua voz faz ruir
Todas as minhas defesas de gente

Nas tuas mãos um paraíso
De ternura e prazer sem fim
Que me levam a sorrir
Querendo-te para mim

O sol brilha e o vento está forte
Anseio por ti todos os dias
Imagino como farias
Recolhendo-me no teu forte

Sinto-me em equilíbrio ao teu lado
Descubro-me a cada dia que passa
Num caminhar compassado
Transcendo-me ficando em estado de graça

És demais…

abril 14, 2005

The Rapture






Procuro-me
É difícil encontrar o sentido
Difícil entender o caminho
Pareço um animal perdido
Procurando o seu ninho

Recordo-me
E a memória já me falha
Em pedaços as recordações saltam
Nada é forte, não há nada que valha,
Eu não quero que elas me batam

Estico-me
E o corpo em desespero grita
Recusando-se a obedecer ao pedido
Nada toca apenas se agita
Tudo é sofrido

Fico-me
Porque não tenho para onde ir
Não me sinto em nenhum lado
O tempo passa, estou a cair
O momento está a chegar, era esperado...


Corpo colado a paredes de vidro
Momentos, gritos
Medo de mim…
É melhor assim, cair
Tenho que parar…

abril 12, 2005

Inside






Armei uma tenda no deserto
Sozinha esperei a fome e a sede
Deitada olhei as estrelas de perto
De pé senti na pele o futuro incerto

Caminhando recordei a minha vida
Em episódios uns tristes outros nem por isso
De braços abertos recordei comovida
O nascimento de quem mais amo

Tocando a areia senti
Aqueles que na minha vida
A tocaram, como neles me perdi
E a forma como me atrevi

Que ninguém mais me condene
Ninguém me volte a apontar o dedo
Renego o rastejar de verme
Renego viver com medo

E ao fim do dia com eles
O meu novo povo itinerante
Vi o sol partir e lua sua amante
Encheu de luz o meu quadrante

Brilha mulher e acredita
Que dentro de ti luz existe
Recolhe-te, respira e medita
Não temas ao sentir a força que persiste

Qualquer dia vou-me…

abril 10, 2005

Encantamento






Passa, passei, passamos
Olha, olhei, olhamos.
Cheira, cheirei, cheiramos
Toca, toquei, tocamos

Num céu de aguarelas
O mais belo desenho se formou
Com vento soprando as velas
Dum barco cujo destino se inventou

Céu cheio de sol, tão azul
Duma energia sentida na pele
Vento vindo do Sul
Deixando na boca sabor a mel

Música de agudos e graves
Tocada nesta cama de mar
Onde basta eu estar, tu estares
Para nela nos sentirmos embalar

Desejo cruzar meus dedos
Entrelaçar-me em ti, sem receios
Contar-te os meus segredos
Deixar sair nossos devaneios

Gostar, provar, tocar
Tremer, fazer, apenas ser
Sentir, ouvir sem reprimir
Anda, vem dai…

abril 07, 2005

Bati com a porta






Depois do dito tudo se lamenta
Depois do feito tudo se arrepende
Destruindo sem piedade quem depende
Arrasando o querer que alimenta

O passado que consome
Porque não deseja ser esquecido
Assumiria melhor seu papel de vencido
Sabendo quem em nada me demove

Magoei com elas, lamento
Sou humana como tu passado
Se sou falsa por não aceitar o tormento
Cruel foi sentir o meu coração trespassado

Se te aceitei como já ido
Porque voltas com tanto rancor
Se te tenho como esquecido
Porque não te revelas tu melhor

Cada desilusão um caminho a ser feito
Cada lágrima caída me reconstrói
O carácter e o coração sem defeito
Em mim já nada dói!!!

Mas deixa-me que te diga estou feliz, espero ficar assim durante algum tempo.
Pois quem arriscar, não se irá arrepender….

abril 03, 2005

Meu [a]mar de loucura


Foto de João Mateus - Ericeira





É feita de doçura amor
Esta loucura que sinto
Está envolvida em calor
Salpicada a arrepios que pressinto

Tem contornos de primavera
E a vento quente do deserto
Os traços mais fortes são os da espera
E as formas são de um futuro incerto

Tem um início maravilhoso
Mil “durantes” estonteantes
Iluminada por um sol glorioso
Guiada pela bússola dos amantes

É uma loucura que se bebe
Aguardente que me aquece
Um champagne que me estremece
Numa noite que em mim permanece

abril 02, 2005

Serena






Gosto do que não devo, eu sei
Faço o que posso, também
Não sou luz para o caminho de ninguém
Admito o erro, sempre o farei.

Gosto dos cheiros e do vento
Adoro o cheiro a canela e incenso
Mergulho em águas de prazer imenso
Sempre que te recolho no meu pensamento

Pinto com cores quentes
Esta tela que é a minha vida
Caminhando mesmo me sentindo dormente
E sofro, recuso ficar adormecida

E nesta sentida cumplicidade
Deixo a alegria fluir
Contente por cada vez mais sentir
A ambicionada idade

Tens razão sim, estou a amadurecer
E sinto-me feliz por isso
És culpado desta doçura, sem querer.
Porque estás em mim a nascer….

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