fevereiro 28, 2005

Baby of the year




Estou no casulo da metamorfose
Acho que me vou demorar por aqui
O que quero mudar não se faz por osmose
Não o estou a fazer por ti

Quero na plenitude do sentir
O equilíbrio das energias
No estar a vontade de agir
Sem mais demoras ou letargias

O tempo que é tão relativo
Diz-me baixinho ao ouvido
Que o que há a fazer é imperativo
Porque senão apenas sobrevivo

Sei o que tenho cá dentro
É-me suficiente para viver
Não andarei contra o tempo
Completarei o renascer

E quando a hora chegar
Seguirei caminho traçado
Directamente ao esperado
Momento de te alcançar

Por agora ficarei assim
Porque assim me sinto obrigada
Agradeço que esperes por mim
Senão esperares não posso fazer nada

fevereiro 27, 2005

Driving me insane




Aiii que só me apetece partir
Os copos , pratos, travessas
Sempre que me olhas a sorrir
E com esse olhar me atravessas

Caramba para ti homem
Andas a testar a minha sanidade
Quase que cheiro a eternidade
No que devia ter sido ontem

E depois não é só isso
É esse respirar sereno
Que mais parece um feitiço
Levando-me ao pleno

Tens ternura e traquinice no olhar
Melodia na voz, sensualidade no andar
Seduzes sem nada fazer
Apenas o sabes ser

Brincas com a caneta, isqueiro
Desfazes tampas de cerveja nos dedos
Atiras fora o dinheiro
Apenas para te livrares de medos

De longe observo-te
De perto quero-te
Tão próximo que chega a ser perigoso
Aceitar algo tão incestuoso

Incestuoso por ser impossível
Entender a loucura do facto
Acontece meu doce incorrigível
Que não para de pensar no acto.

Played Alive




Para as mulheres que sofrem
Para as crianças que choram
Para os homens que se demoram
Para a vida que é arrancada a ferros

Para aqueles que querem mais
Para os que insistem em ser maiores
Para os que lutam num mar de ais
Para os que se julgam já sem valores

Para ti e para mim
Para ti que não sei quem és
Para mim que julgo conhecer
Para nós que conseguimos renascer

Para os politicamente correctos
Para os “by the book”
Para as gravatas capitalistas
Para os sem duvidas existencialistas

Para os feios porcos e maus
Para os excluídos de tanta loucura
Para os que erram por desejarem mais
Para os que padecem por falta de ternura

É importante lutar
Pelo sonho pela alma
É importante andar
Pela vida pelo amar

Amar sem porras
Amar sem amarras
Amar sem defeitos
Amar sem efeitos

Não domino tudo, não tenho nada
Não controlo sequer o que sou
A ti vida não te quero desanimada
O que aconteceu passou

Fica aqui uma luz
De quem acordou a tempo
A quem a miragem seduz
E sente o coração transbordar contentamento

You Are The Oscillator




Podes até fingir
Que eu não existo mais
Desligar fugir
Viajar em caminhos marginais

Podes cantar bem alto
Voltar costas e andar
Recomeçar tudo sem sobressalto
Mas ninguém me vai parar

Fazer as malas
Partir para outras paragens
Consumir gastas imagens
Como quem tenta abrir alas

Mas eu não me vou embora
Não cruzo os braços
E não vou ficar só em abraços
Quero tudo sem demora

E até conseguir o que quero
Rondarei teu domínio
Dificilmente desespero
Sabendo que és tu...

fevereiro 26, 2005

Tantos...me..te..(s)




Emociono-me
Sinto-te
Transpiro-te
Necessito-te?
Gosto-te?

Emociono-me quando te leio
No meio da minha teia de emoções
Recolho-me porque semeio
Sem querer sensações

Sinto-te em cada ser
Parece que te transformas
No meu renascer
Quando para tua mulher me tomas

Transpiro-te no caminhar
No sorriso que gosto de ter
Na gargalha agora não contida
Na forma natural de fazer

Necessito-te porque te sentes vivo
Em sussurros nunca ouvidos
Repito a tua voz não ouvida
Temo em por ti ser sentida

Gosto-te, será possível
Descrever o futuro sincero
Sem presas nem predadores
Sem desejos nem temores

Deep Blue


Foto de Cameron Davidson

Busco no fundo do Mar
Apenas a profundeza
O descanso
O serenar

Mergulho retendo o ar
Abro os olhos
Neles respiro
Serviram para te amar

Vem, não te queres molhar?
Enxugo-te ao voltar
Abraçados
Enrolada em mim

Não te levo comigo
Já parti
Vejo-te ficar
Gravo-te em mim

Assina:
"O protegido"

Sabes beijar ?


Foto de Tim Flach

Sou o instrumento
Que se recusa a tocar
Míngua de música
Nem a dançar

Leves toques do olhar
Brancas e negras sabes contar?
Escalas nos teus dedos
Tira os anéis, sabes beijar

Acaba com a fome
Rasga-me a roupa
Tira-me a gravidade
Devolve-me o sonhar

Torturas-me sem saber
Por teu amor
Rebelde vibrar
Bebe mais

Pinta-me a pele de calor
Grava-me o teu riso
Imprime rugas no meu ser
Crava-me as garras

Assina:
"O protegido"

fevereiro 24, 2005

Can't Contain This..








Obsessivo e compulsivo
Delirante e embriagante
Moderno e efémero
Acção e reacção

Marcante e fugidio
Caminhante sem caminho
Amante sem domínio
Animal sem ninho

Tolerância e arrogância
Convencimento sem discernimento
Gemido em forma de lamento
Quebras as regras da vigilância

Atentado ao correcto
Lei imposta sem moral
Momento tantas vezes incerto
Desejar sem fazer mal

Marcação cerrada
Entre dentes
Emoção trincada
Estamos a ficar doentes....

Guerreira




..Porque sei o que quero, como quero e quando quero não ficarei parada não me tentes calar. Não me tapes a boca é impossível parar isto. Quero viver !!!...

Armada até aos dentes
Nem me lembrei um segundo
Transportei-me em espaços inexistentes
Ouvindo sonoridades de fundo
Na loucura da guerra entendi, a
Inconsistência do desejo
Onde tudo começa não tendo fim

Sei agora ao teu lado
Agora com menos armas
Reconhecer o valor de quem fica calado
Apenas tendo no olhar farpas

Andei sonhando
Não me entendo sequer
Juro estar a endoidecer
Ontem senti-te aproximando
Será que existes mesmo?

Sex and Sun de A a Z



Joga comigo e apanha-me
Ouve a canção que eu te canto
Atenta como eu me encanto
Ouve a voz do espanto

Faz de mim tua mulher
Recolhe-me nos teus meigos olhos
Alcança-me com a tua ternura
Navega-me em águas agitadas
Consome a minha candura
Impetuoso sem deixar marcas
Sensível no simples som de voz
Consumida por tanto charme
Odores de café creme


Simples simplicidade de existir
Errante que tanto me tocaste
Resmunga comigo mas fala
Gostoso de ouvir sem partir
Impetuoso momento de loucura
Ornamenta o meu corpo de prazer

E por fim,
Diz-me o que desejas
Imperativo amar
Andar sem parar....
.
.

fevereiro 23, 2005

Lumiére




"O protegido"

Lumiére
Deito-me homem
E levanto-me criança
Tic-tac

Peço aos deuses que me levem
Em tempestades de medos
A sede mato
Quando te vejo

Fica-me no canto da alma
O gosto amargo
Sei o que não sabia
A vida é nossa guia

Contenho-me em prazeres gastos
Converto-me ao acordar
Vejo-me sem a carne a passar
Esqueço-me de mim

O Sol, dizem, já lá está
Esperas pela noite e vem a Lua
Espera em silêncio
Quem chega já cá está

Imóvel




Estou arrepiada com o que sinto
Ausência de espaço claro
Arrepiada com o que pressinto
Caída no vazio celeste
Não comento nem desminto

Sons que me parecem distantes
Imagens já conhecidas e tão ausentes
Observo o teatro dos figurantes
Personagens em papéis dementes

Vejo o passado nos meus olhos
O presente sinto na pele
O choro é música com sabor a fel
O futuro saia usada cheia de folhos

Nada faz sentido
Tudo me dá estranheza
Eu não reconheço a minha natureza
Desconheço o prometido

Pedem, pedem e nada dão
Exigências feitas na repartição,
No balcão dos perdidos e achados
Onde o ser e o fazer se encontram manchados

Sou um imóvel ao abandono
Propriedade de algo que desconheço
Lugar onde fico e padeço
Boneca de trapo sem dono

fevereiro 22, 2005

A caminho




"O Protegido" escreve,

Quebro a rotina
Engano-me uma vez mais
Não recuso o teu pedido
Perco-me em caminhos iguais.

Colo-me ao banco e parto
Evito pensar
Desligo-me dos demais
Continuo a errar

Não quebro estas amarras
De falsos momentos
Já tens álbum?
Ou estou a mais?

Encontro-me com o teu gelo
Mas queres mais
Dás-me as tuas sobras
Não consegues trair os teus pais

Envolve-te na tua seda fina
Esconde as rugas
As marcas de infância
Os filhos tidos

Veste-te novamente
Num ritual ensaiado
Muda a casca
Gostas?!

Rodeia-te de espelhos
Cremes e perfumes
Amontoam-se os frascos
E outros efeitos

Tentas em vão mudar
O que não é defeito
Não consegues parar
Nem mesmo no leito

Só sentes o que te dão
Insegura de ti
Precisas de uma mão
Não a encontras em mim

Entranhas-te




Mais um poema de "O protegido"

Perdi-me nas tuas imperfeições
Vasculhei a minha alma
Em busca da razão
Viagem sem regresso

Uma curva que me seduz
Ou o queixo
Os lábios que mordo
A boca que beijo

Desfaz-te da roupa
Que entre nós atrapalha
Descemos à essência
Tu e Eu

Escutas a música na rádio
Ligas-me a correr
Queres saber que sinto
A sintonia no teu ser

Já só penso em ti
Mesmo sem te ver
Fazes parte de mim
Entranhas-te até doer

fevereiro 21, 2005

O "click"




...E relembro o passado presente aquele que nunca me abandona.Relembro os sons naquele sotão escuro e os botões que dedilhavas apressadamente. A mesma música ouvida vezes sem fim. A forma como procuravas aquele som aquele "click". Pois como tu dizias na vida tudo tem um "click", o da perfeição. Relembro a forma como seguravas o copo e o abanavas fazendo com que as pedras de gelo tocassem no vidro. Estava sentada meio de lado no sofá e observava o teu olhar feliz, estavas a produzir em processo de criação. De quando em vez vinhas até mim e davas-me um beijo meigo, afagando-me o cabelo. Nunca me irei esquecer do sabor das tuas lágrimas. Relembro-me hoje, porque se soubesse hoje o valor do que vivi, nunca te deixaria fugir assim. Fazes parte do passado, do meu passado presente. Serás passado, mas nunca esquecido....

fevereiro 20, 2005

Eyes Wide Open




Existe um homem assim
Que vive como fonte inspiradora
Que habita dentro de mim
Numa existência reveladora

Sonhos tranquilos
Que nos fazem desejar a vida
Momentos simples e quietos
Num dedilhar de guitarra

Num som que ecoa na sala
Numa paz que se sente na alma
Existe o homem
Existe o sonho

Na música existe a melodia
Que reúne a nossa alegria
Que nos faz viajar
Sentir pele sem tocar

Vou dormir
Vou sonhar
Abrir os olhos no sonho
E tua mão procurar

Suaviza, entorpece
Focaliza, estremece
Vive dentro de mim

fevereiro 19, 2005

Hoje sigo para Barcelona...Wild Rose



Nick Cave - The Dark Love Songs



Hoje o dia é diferente
A noite já o tinha sido também
No sono o sonho aconteceu
E com ele algo dentro tremeu

Da objectividade do caminho
Fica apenas a certeza que nada
Voltará ao passado
Tudo se revela como novo

E no quente da cama
Ao abrir os olhos para o dia
Senti a confusão, o que perdia
Senti que estive em letargia

Sangue que é bombeado
Força que nos levanta a cabeça
Projecto que não pode ser adiado
E uma vontade que tudo estremeça

Hoje o dia é diferente
Hoje eu vou apontar caminho
Correr com tudo o que me prende
E me deixa em desalinho

E a quem prenda
Sem saber porquê
Sem saber o que deseja
Nem sabe onde vai
Digo com carinho
E para que não me arrependa
Vou embora

Sigo hoje viagem
Sigo para Barcelona
Onde posso ficar sozinha
Mas sempre acompanhada

fevereiro 17, 2005

Como começas o dia


(B&W)

Para que saibas e nunca te esqueças
Para que sintas e não fujas
Para que andes e não adormeças
Para que não te tornes num rabujas

Quando acordares todos os dias
E abrires os teus olhos podes sempre recordar
Aquilo que desejas e fazias
Se alguma vez voltasses a amar

Sentes a água correr pelo teu corpo
O sabão sabe bem ao tocar a tua pele
O quente da água que te dá conforto
A toalha com que limpas a pele

A camisa cheira bem está bem engomada
As calças ainda estão quentes
Tudo está perfeito, não falta nada
E ficas parado a entender o que sentes

E sentes uma leveza estranha
O sol está quente e brilhante
Aquecendo o teu corpo num instante
Uma sensação que se entranha

Encostado ao balcão
Bebes um café bem devagar
Fumas um cigarro a pensar
Se tudo não será apenas uma ilusão

Se não estarás a sonhar
E que tudo não passa dum desejo
Duma vontade de voar
De sentires que vais voltar a amar

Caminhando olhas para as pessoas
Não entendes porque estão tristes
Mas tu sentes que existes
Novamente entre elas voas

O andar está leve
O pensamento corre sem parar
E dás por ti a olhar o mar
E dás por ti feliz
Porque voltaste a amar

fevereiro 16, 2005

No meu lado esquerdo...Eternamente tu apenas tu




Por medo
Perdi-me
Por sentir tanto encanto
Recomecei
Por saudade
Escondi-me

Não aguento, confesso
Nem tenho capacidade
Ver novamente outra partida
Mas se tens de ir
Já vais atrasado !!!!

(Meu amor o impossivel seduz)
Se não me achar desejo
(Não há passos divergentes para quem se quer)
Que mais posso fazer ?
(Meu lado esquerdo)
Entende-me, por tudo
(Foi o meu lado esquerdo que me levou até ti)
Mais outra partida?
(O lado com que eu sinto e choro)
Não aguento mais !
(É ele que me faz sonhar)
Não sei se tenho forças para recomeçar
(Meu amor tu cabes dentro de mim)
Recomeço a produção de cimento
Tenho que sobreviver e alcançar a luz
PORRA !!!

Espelho-te




Coragem gasta em palavras
Traçadas com facas afiadas
Esculpidas em suor
Meu Amor

Brinco com o teu colar
Esperas em vão por mim
Desisto de agradar
Não era para ser assim

Dói-me muito do corpo
Levanto-me sem me deitar
Escorrego mal quero andar
Será isto real?

Tudo gira ao contráro
Eu e tu
Sou o espelho
Na tua imagem

Olha as tuas mãos
Quem as vai adorar?
Foram minhas
Mas deixa estar

Neo - 14/02

O quarto


Foto de Craig Oddy

Gelam-te as mãos de nervoso
mesmo não parando
frenéticas
levemente as minhas tocando

Brilha intenso o Sol
Na geometria quadrada das ruas
Nem bonito nem feio
Apenas um local

Paragem de tanto hesitar
Sem destino certo perceber
No que veio a dar
Ter que te comhecer

Rápido se parte do lugar
Em errantes passos dados
Ficámos perto do mar
Nem sei se tinha que ser

Sem luta nem arte
Tirou-se ao dia uma parte
Nossa ficou nesse momento
Recordo-me vagamente

Se nada começou
Algo acabou
Partiu-se
Sem dor

Este poema é escrito por um amigo meu que hoje passa a ter o nome de "Neo"

fevereiro 15, 2005

O teu principio




Que estranha a sensação de procura
Ainda maior a do encontro
Dói a alma de tanta solidão
Não sei o que faço nem encontro paz
Neste recanto que insisto em redecorar

Neste recanto dorido e marcado
Neste pedaço que já foi céu
Céu de mil aviões e sonhos
Cena de filme inacabada

Bocado de bolo doce
Que depois de desfeito
Perdeu o encanto
Perdeu o sabor

Lugar escondido do mundo
De mil cores enfeitado
Por fora pintado de preto
Camuflado para não ser contaminado

Dores de parto inacabadas
Paixões sofridas
Amores e vidas vividas
Mulheres apenas mal amadas

Procura de carinhos
Loucuras e prazeres sem fim
Momento únicos
Apenas querendo ser revisitados

Deixa-me ir destino
Não me prendas à paixão
Porque tenho medo
De sucumbir a tanta dor
À dor de mais um Não !!!

O meu meio




Como foi possível acontecer
De tanto fugir
Voltei a cair
Na roda viva do querer

Nada se pode planear
E o meu coração agita-se
Com o simples pensar
Na tua existência

Imagino se tal sensação
Tiver caminho para andar
Como posso eu delirar
E esconder tanta emoção

De tão longe estares
E apenas sentir a ternura
Envolvi o desejo e vontade
Num embrulho de carinho
Com um laço de calor

Foge também tu
Ou então fica onde estás
Mas não pares
Lança-te comigo

Parados os corpos ficam frios
E alma congela na imobilidade
Tal qual uma foto que nos apanha
Numa realidade que nos foge

Nos teima em deixar sozinhos na esquina
Na estação dos comboios
Onde todos os carros passam
Querendo apenas nos devassar

Deixando marcas sujas de alcatrão
Lastro de uma falta de cuidado
De algo que se perdeu ao nascer
A inocência de criança que pede
E não tem medo de dizer
- Quero mais !!!!

O nosso fim




Como tudo o que começa
É normal que acabe
Mas ao acabar isso não significa
O fim de tudo

Modera as palavras
E os suspiros
Controla-te fonte de desejo
Que incorporas hoje um corpo de homem
Abre as mãos ao vento dos sonhos
Deixa me entrar na tempestade
Envolver-me nas folhas que caem no chão
Misturar-me na poeira
Comer os frutos de Outono
Neste Inverno tão frio

Nunca te esqueças
Nem te deixes ir nas ondas do mar
Percorre e percorre-me
Lembra e relembra-me

E depois se tiveres tempo
Faz da minha vida a tua
Olha para a paisagem da tua janela
“Sexa-me “ sem medo

“Sexa-me” sem preconceitos
Deixa o Sol ficar espantando contigo
E a Lua sonhar com nós dois
Cria uma Lua só nossa
Uma Lua e dois Sois.


Recria em mim o teu desejo
E deixa-me nascer de novo em ti
Pega na minha ternura
Pega-me adorável criatura

fevereiro 14, 2005

Por falar em namorar...sonhando




Os cigarros sucedem-se, tenho dores nas costas. As minhas mãos parecem gelo, tenho saudades tuas. Saudades do nosso futuro, saudades de te ouvir. Saudades da calma, do saber estar. Saudades do teu olhar meigo e sereno. Saudades do teu toque, saudades do teu sorriso. Tenho vontade de te encontrar, hoje mais do que nunca, por ser Dia dos Namorados. Quero confirmar tudo o que senti durante a minha caminhada. Deixar de ter sonhos porque os irei a todos concretizar ao teu lado. Mas se esse dia nunca chegar fica a saudade do que senti sempre que te ouvia falar bem juntinho a mim.

(Dele - Sonhando)
Sonhos de papel
Sonhos de cartão
Sonhos sonhados
Sonhos de ilusão

Magros, gordos e cinzentos
Os meus sonhos
Sem pernas
Nem cabeça

Os sonhos desfeitos
Nas tórridas paragens de areia
Desfaço-me dia a dia
Apenas pó

Já sem lágrimas
De ruína fria
Os sonhos voltam
Silêncio

(Dele - Finalmente )

Entre nós e o céu
Está uma migalha de paixão
Um grito bem alto
Um estender de mão

Algo que se abre dentro de nós
Se expande e revela
Criado e inacabado
imperfeito e belo

Dias que se esmagam em horas
Horas de se estendem
minutos que param
segundos de inspiração

Tira-me o ar
Mata-me de intensidade
Acaba comigo
Finalmente

fevereiro 13, 2005

Medos



Hoje recebi um mail de um amigo de longa data que muito me espantou. Partilho com vocês as suas palavras e a ideia de vencer o medo.

São as sombras
de olhares cegos plenas
de ódios antigos densas
de mil e nenhum prazer

Retornam de lugares vazios
de companhias ocas
de frios contidos
de bocas caladas

Ai foram poucos e tantos
tantos mas tão poucos
sem nada serem
sem nada verem

das nuvens passageiras
abarcando o céu
ai que o sol me falta
de respirar o ar que sinto

Na face pálida
derrotada
já sem olhos já se nada
ai doce boca em sangue molhada !

O teu lugar




Existe um lugar assim
Onde ninguém se senta
Que tem o teu cheiro
E a forma do teu corpo

Existe um lugar encantado
Com cheiros quentes
Olhares carinhosos
Onde os corpos ficam dormentes

Onde as mãos se tocam
E os corpos se cruzam
Onde os gemidos de ouvem
Onde os prazeres se usam

Existe um lugar assim
Onde cheira a cabedal
Onde a tua pele se confunde
Onde o encontro é divinal

Onde eu me perco
Onde tu me fazes perder
Noções de tempo
Permanentes sensações de encantamento

Existe um lugar nosso
Cheio de alegria
Onde uma vela de baunilha arde
E tu me fazes sorrir

Existes tu
Existo eu
Existe o teu lugar

fevereiro 12, 2005

Cape Willoughby, Kangaroo Island


Foto de Don Brice

Por um instante a minha vida cruzou-se com a tua e no entanto marcas profundas ficaram. Instantes contados em tempos que não entendo e sensações que desconheço. Existe o mistério simples e um silencio que respeito. Embora não consiga acordar um dia sequer em que não me recorde do pouco que tenho para me recordar. Não consigo atravessar as horas do dia sem me lembrar do cantor David. E dos pequenos momentos que sorria sozinha e que te procurava no meu sonhar de olhos abertos. Volta a porta está aberta...

I am I am I am.....

Eu sou eu sou eu sou
A chama violeta que brilha no quarto escuro
Eu sou eu sou eu sou
A vela de canela que acendes no teu quarto
Eu sou eu sou eu sou
O pau de incenso que queimas na tua sala

Eu sou eu sou eu sou
O barulho do mar que anseias ouvir
Eu sou eu sou eu sou
O papel de embrulho que envolve os teus sonhos
Eu sou eu sou eu sou
O bolo de chocolate que devoras

Eu sou eu sou eu sou
O por do sol que ficas parado a observar
Eu sou eu sou eu sou
O cigarro que arde no teu cinzeiro
Eu sou eu sou eu sou
O riso de criança que sonhas para ti

Eu sou eu sou eu sou
A tua música preferida, ouvida no silencio
Eu sou eu sou eu sou
A porta que se fecha com o vento, fazendo-te estremecer
Eu sou eu sou eu sou
A menina, moça a mulher.

Eu sou eu sou eu sou
O reencontro com o Sol
Eu sou eu sou eu sou
A chuva que te refresca a face
Eu sou eu sou eu sou
O vinho que te faz cócegas na garganta

Eu sou eu sou eu sou
Uma batida ritmada
Eu sou eu sou eu sou
Acordar na alvorada
Eu sou eu sou eu sou
Caminho nunca trilhado

Eu sou o que sou
Tu fazes me ser assim
Doce...




fevereiro 11, 2005

Inspira-me

Inspira-me
Para depois me transpirares
Não gostas que eu te descubra
Não te encubro

O sol brilhou nos olhos
Nasceu e pespontou
A tua perfeita face
Decompõem-me

Recorta-me
Em pedaços pequenos
Cola ao teu jeito
Para não encontrares
Nenhum defeito

Relembra-me
Tal qual eu sou
Tal qual eu fui
Tal qual eu te quero

Não te prendas
Solta esse instinto
Eu sei que tens nas fendas
Desse labirinto

Corta-me
Para entrares em mim
Dentro procurares
O que necessitas para não desesperares

Resume-me
Ao jeito da tua história
Com as tuas palavras, perfume
Com o sabor da tua glória

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